Réveillon lotado expõe distância entre discurso alarmista e realidade em Rio das Ostras
Casas cheias no Réveillon 2026 mostram que a reorganização dos horários da vida noturna não afastou o público e contribuiu para mais ordem, segurança e qualidade de vida em Rio das Ostras.
Praça da Baleia - Foto: Divulgação
O Réveillon 2026 em Rio das Ostras promete entrar para a história não apenas pelo clima de celebração, mas também pelo contraste evidente entre o que foi previsto por parte do setor empresarial e o que, de fato, está sendo vivido às vésperas da virada do ano.
Um exemplo é a festa "Tô no Trabalho", que rola na noite de 31 de dezembro, na Avenida Governador Roberto Silveira, em Costazul. Com estrutura all inclusive, open bar, open food, pista de dança, camarote e terraço com vista incrível para o mar e para a queima de fogos, o evento já prevê lotação máxima, com mesas quase esgotadas e expectativa de casa cheia — cenário que se repete em outros pontos da vida noturna da cidade.
O cenário atual se distancia das previsões negativas que dominaram parte do debate público no início do mês, com a publicação do Decreto nº 4527/2025, que redefiniu os horários de funcionamento de bares, casas noturnas, quiosques e atividades que utilizam música ao vivo ou mecânica no município. À época, empresários afirmaram que a medida levaria a prejuízos financeiros, fechamento de casas e demissões em massa.
A realidade, no entanto, aponta em outra direção. Nas redes sociais, muitos dos mesmos empresários que criticaram duramente o decreto agora celebram um dos melhores Réveillons dos últimos anos, destacando vendas totais, alta procura e movimento intenso. A expectativa de quebra econômica, ao menos neste período de alta temporada, não se confirmou.
A decisão da Administração Municipal, que à época enfrentou resistência e críticas, mostrou-se alinhada a uma demanda antiga da população local: a redução do excesso de ruídos durante a madrugada, o ordenamento urbano e o reforço da segurança pública. Moradores, especialmente idosos, crianças e pessoas acamadas, historicamente afetados pelo barulho excessivo, passaram a relatar maior tranquilidade nas noites.
Dados preliminares das forças de segurança também indicam redução de acidentes e ocorrências durante as madrugadas, reforçando o argumento de que o ordenamento dos horários contribui diretamente para a preservação de vidas e para o bem-estar coletivo.

Diante desse contexto, o debate que se impõe vai além da questão econômica. Até quando a população será utilizada como instrumento de pressão em disputas que atendem, majoritariamente, a interesses financeiros específicos? Até que ponto parte da mídia continuará sendo mobilizada para amplificar narrativas alarmistas, sem a devida responsabilidade social? E até quando trabalhadores serão colocados contra políticas públicas que, comprovadamente, atendem ao interesse coletivo?
O Jornal O Diário 24H acompanha de perto os desdobramentos desse processo, com compromisso exclusivo com a população de Rio das Ostras. A experiência do Réveillon 2026 deixa uma lição clara: políticas públicas de ordenamento, quando bem planejadas, não inviabilizam a economia — ao contrário, podem promover equilíbrio entre desenvolvimento, segurança e qualidade de vida.















